quarta-feira, 8 de outubro de 2014

"E vou escrever esta história para provar que sou sublime."

escrevi hoje um texto sobre "O vento lá fora" para quem está curioso. espero que gostem
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o vento lá fora (com spoilers)

"E vou escrever esta história para provar que sou sublime." close lateral em Bethânia, corte pra um take de estúdio em momento mais informal. vontade de pausar o video. a cena é realmente sublime.

e assim se constrói "O vento lá fora", com passagens da leitura que de dona Cleonice e Bethânia, (duas intérpretes que "fizeram o melhor que podiam", nas palavras de dona Cleo) sobre os poemas de Fernando Pessoa e seus heterônimos.

entre a densidade da poesia de Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis, estão os fundos vazios na filmagem em preto e branco, opção do diretor Marcio Debellian para manter o tom discreto e "não atrapalhar", mantendo o foco no poema e na expressão das intérpretes.

dois dias de gravação (um dia com platéia e outro sem) são costurados por takes de dona Cleo e Bethânia ouvindo a si mesmas em estúdio ou conversando e breve descrição de cada um dos heterônimos abordados em tom de cinema mudo - letreiro na tela. são "respiros", como explicou Debellian em debate após a exibição.

alguns poemas qualquer fã de Bethânia sabe de cor e salteado de disco ou de show se juntam a outros inéditos na voz da intérprete (o já citado trecho de "Tabacaria" e "O que há em mim é sobretudo cansaço" já são antológicos).

que mais? o filme abre com MB ao piano (raro!).

o dvd vem com 9 poemas de extras e entrevista inédita com dona Cleo, que, do alto de seus 98 anos tem total propriedade para corrigir a aluna Bethânia TRÊS vezes para alcançar a métrica adequada.

e assim começamos com pé direito os festejos dos 50 anos de carreira de Berré.

Pedro Progresso

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