No livro "Parceiro da Glória - Meio Século na MPB" (1983) o jornalista e compositor David Nasser escreveu sobre Bethânia:
"Não sei onde essa fabulosa e selvagem Maria Bethânia desenterrou três velhas canções minhas, "Mãe Maria", "Camisola do dia" e "Atiraste uma pedra". A primeira é antediluviana. Tem música de Custódio Mesquita (que também emprestou sua belíssima melodia a outro samba meu, "Algodão", gravado por Sílvio Caldas). As duas outras foram feitas de parceria com o imortal Herivelto Martins, na mesma época em que lançamos "Pensando em ti", "Se adormeço", "Carlos Gardel", "Mamãe", "Serenata a Nossa Senhora". (É tão maciço o número de sucessos de Herivelto que a equipe de Boni, no especial que lhe fez, selecionou nada menos de oitenta músicas e teve de espremer para exprimir a vida musical do dono do Trio de Ouro em dois capítulos. Com Dorival Caymmi vai ser mais fácil: é preguiçoso e só produz obra-primas).
Onde, onde Maria Bethânia desenterrou essa canção feita antes dela existir? Mãe Maria de todos nós.
"Mãe Maria de voz doce e sonolenta
Mãe Maria que chorava no meu pranto
Mãe Maria que embalava minhas lendas
Mãe Maria que sonhava nos meus sonhos..."
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