Bethânia comanda nossos sentidos e nesta noite ela comandou minha razão.
O recital foi uma coisa linda. Nunca tremi tanto na minha vida, era uma força estranha tamanha.
Não sei traduzir, nem escrever, nada.
A bandeira da defesa do meio ambiente esteve muito presente, os textos sobre a seca do nordeste se fizeram muito atuais e nós paulistas que estamos sofrendo com uma tremenda crise já contextualizamos com nosso atual momento.
O amor estava na pauta, mesmo que muitas vezes parecesse utópico a sua existência nessa sociedade globalizada do desamor. Existe amor em São Paulo, ou pelo menos existiu naqueles minutos maravilhosos.
Para mim, esse é um texto político. Mais político do que todos os discursos políticos que nós ouvimos nessas eleições. É um texto que defende aquilo que nossos grandes governantes sempre acabam esquecendo: nossos índios, nosso meio ambiente, nossa liberdade religiosa, nossa história...
Além disso, a maior bandeira levantada é da educação PÚBLICA de qualidade, o desejo, a vontade e a necessidade de construir uma sociedade que admire os nomes dos poetas populares e não àquela construída pela educação mecânica que faz parceria com a alienação.
Por essas e por outras que cada vez amo mais Dona Maria!!!"
Gabriel Ishimaru
"Bethânia, poetas e palavras...
Sabe quando o céu escurece, as nuvens baixam pesadas, e aquele cheiro de chuva começa a exalar pelo ar? E quando a gente começa a se aninhar esperando uma chuvinha gostosa e acolhedora, de repente, vem aquela trovoada forte, intensa, ensurdecedora, acompanhada do clarão de um raio que rasga o céu e ilumina o mundo.
É assim que Maria Bethânia aparece no palco para fazer chover poesia sobre um mundo careta, insensível e individualista. A sua voz forte ecoa e faz estremecer a alma de qualquer espectador desatento aos versos que ela toma emprestado dos maiores poetas da língua portuguesa.
É difícil encontrar quem saiba usar, não apenas a voz, mas principalmente o corpo para dizer poesia de maneira tão natural, intensa e humana, ver os versos ganhar vida em sons, gestos e silêncio.
Um silêncio quase sagrado, à espera da próxima palavra, do próximo balançar de braços, do próximo alisar de cabelos.
Maria Bethânia não declama poesia, isso qualquer um faz, o que mais se vê hoje em dia, é poeta de Facebook com pretensões à Fernando Pessoa.
Ela vive o texto, o respeita, o respira, o sente, se entrega e nos entrega um mundo novo a cada verso.
Bethânia e as Palavras é a materialização de uma parte da magia contida em cada página virada de um romance infinito!
Obrigado Maria Bethânia por nos oferecer sutileza e delicadeza, em tempos de desrespeito e brutalidade!!"
Profº J. Roberto da Silva
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FOTOS: Serginho Carvalho, Thiago Morais Félix e Douglas Barros
Apresentação do recital "Bethânia e as Palavras" na noite de 21.10.2014 no Theatro Net / SP, para saudar a segunda tiragem da reedição do livro "Maria Bethânia Guerreira Guerrilha" a cargo do multi talentoso Marcio Debellian
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Um comentário:
Belas fotos, belos textos!!
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