quinta-feira, 16 de outubro de 2014

"Bethânia sempre vale à pena"

Ontem (15.10.2014) tive o prazer de ver, mais uma vez, Maria Bethânia. Nesta ocasião, num palco no mínimo “curioso”: Escola de Cinema Darcy Ribeiro (ECDR), no centro do Rio de Janeiro. A convite dos canais Re(Verso), estive presente na estreia do documentário “Documento Humanidade”, dirigido por Bia Lessa, e que faz parte do projeto “Canteiros”, desenvolvido por ela na mesma escola. A participação de Bethânia, portanto, não era o ponto chave do evento.

Sim, o documentário é muito interessante. Reflexões acerca dos debates ocorridos na Rio+20, mesclando cortes rápidos, abruptos, legendas gigantescas, e falas aparentemente opostas ou supostamente próxima, como foi o caso dos defensores da economia sustentável e dos representantes dos grandes conglomerados industriais, tentando defender seu quinhão. Destaque para a participação de Renata Sorrah recitando Tchekhov, Caetano com “Terra” e “Um índio” e Bethânia, só voz, com “Carta do Cacice Seattle”. A proposta do evento, segundo Bia Lessa, era que naquele espaço da ECDR, intitulado “Território Livre” as pessoas pudessem interagir como numa grande praça, ou aldeia. Ideia muito propícia, mas pouco prática. A baquetinha em que fiquei era extremamente desconfortável. O local, fechado, extremamente quente. Barulho da rua atrapalhando bastante. Porém, vale à pena voltar ao documentário com calma, em um local mais confortável. Aguardo ansiosamente a divulgação do mesmo!



Por sua vez, “Bethânia e as Palavras” dispensa maiores apresentações. “Espetáculo” já conhecido de muitos e que para mim fora a primeira vez. Como sempre, adoro ver Bethânia no palco. Seja com musica, seja com poesia, seja com os dois. No caso, mais poesia do que musica, mas quem disse que poesia não é música? Por mais que “poesia não tenha bis”. Começo pelo fim, pois este, para mim - e acredito que para os outros reversianos presentes – foi o ponto alto da noite. Dos erros na letra de “Reconvexo”, o sorriso, até a acolhida discreta, porém atenciosa no camarim. Tudo muito emocionante.

Particularmente destaco o oferecimento dos poemas declamados aos professores. Para mim que estou diariamente em sala de aula, não podia ganhar presente melhor, ainda mais no dia dos professores. Presenciar Bethânia cantarolando “Canto do Pajé”, “Último Pau de Arara”, e declamando Fernando Pessoa e Clarice Lispector (Eu sou eu / E você é você / É lindo, é vasto / Vai durar) reavivou em minha mente momentos extremamente carinhosos. Coisas que só Bethânia consegue com tanta delicadeza... Da mesma maneira que o documentário, vale à pena – Bethânia sempre vale à pena – revisitar “As Palavras” em local mais confortável.



Por fim, gostaria de deixar aqui registrado meus sinceros agradecimentos à produção de Bethânia que, gentilmente, nos proporcionou mais esta noite maravilhosa, e parabenizar, mais uma vez, Bia Lessa pelo belo trabalho!

Filipe Duret



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